Deise Zamboni
Mestre em Ciências (Química-USP-SP), Psicanalista (CEP-SP), Terapeuta Homeopata (Homeobrás-MG)
Publicado em 07/06/2022
Vivemos em um mundo de dualidades, tudo tem dois lados, dois POLOS, como os polos positivo e negativo de uma PILHA, que quando em equilíbrio faz o fluxo de ENERGIA FLUIR.
A dualidade é uma realidade nesse mundo. Entretanto é necessário prestarmos atenção para não sermos “capturados” por um dos lados.
A doença é descrita em várias linhas terapêuticas como a polarização, ou paralização do fluxo energético em um órgão ou sistema orgânico. Assim, na acupuntura por exemplo, fazemos fluir esse fluxo estagnado, polarizado de energia a fim de equilibrar a saúde.
Nas terapêuticas Psíquicas, procuramos analisar onde se encontra essa estagnação mental, essa polarização, criando repetições que em última instância acaba sendo geradora de angústias bloqueando o fluxo do Bem-estar e Paz de um indivíduo.
Mas a sociedade atual parece não entender o fluxo da natureza, nos convocando incessantemente a “tomar partido”, esquerda/direita, natural/sintético, branco/preto, homem/mulher, bom/mal, rico/pobre...... enfim parece que “pertencer” a algum lado nos traz proteção, identidade, mas na verdade nos escraviza gerando angustias, obrigações e ansiedade.
Nos processos meditativos procuramos nos desapegar dessas polarizações, numa contemplação sem julgamentos. Parece que para que o homem moderno consiga fazer isso é necessário muita prática, treino, técnicas variadas que funcionam dentro da subjetividade de cada um, mas no fundo o que essas técnicas nos ensinam é voltar a nossa essência, a nossa humanidade UNA, CONTEMPLATIVA e GRATA. Condição que hoje encontramos apenas em algumas crianças e nos povos de cultura ancestral como indígenas, aborígenes, ascetas, etc.
Se dividirmos os males da vida em duas categorias, sendo uma a dos que a humanidade não pode evitar, e outra a das atribuições que nós mesmos provocamos, por nossos excessos, teimosia, egoísmo ou polarizações, veremos que esta última causa é muito mais frequente. Tornando, pois, evidente que nós somos os autores da maioria das nossas aflições, e que poderíamos ser mais felizes, se agíssemos com mais sabedoria e prudência.
Se não ultrapassássemos os limites do necessário, na satisfação de nossas exigências vitais, não sofreríamos tanto de ansiedade e de tantas outras doenças que são provocadas pelos excessos, e por falta de observação e respeito ao nosso limite pessoal.
Aumentar a COMPAIXÃO para ter equilíbrio emocional, essa proposta nos aponta um retorno à nossa HUMANIDADE. Compaixão por si mesmo, pelo próximo, pelo planeta e principalmente pelas LEIS da NATUREZA. Talvez isso nos conecte à essência e nos faça transcender as polaridades.